Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor: Breve histórico do Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor

Clique para ampliar.

O Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor foi fundado em 1º de Setembro de 1934 na Rua da Relação nº. 23, Centro da cidade do Rio de Janeiro. Nas palavras de Francisco Queiroz Monteiro, seu fundador, "numa salinha de frente, no andar térreo", numa casa de família.

Não era incomum os Centros Espíritas surgissem em residências. De acordo com o trabalho da historiadora Sylvia Damázio, em seu livro Da elite ao povo: Advento e expansão do Espiritismo no Rio de Janeiro, os núcleos familiares foram importantes para a difusão do Espiritismo.

Através da leitura das Atas de reuniões de Diretoria e de Assembleias Gerais, foi possível identificar que a instituição ocupou outros endereços num breve período de tempo. Em 1936, esteve em imóvel situado à Rua Francisco Muratori n°37, no bairro de Santa Teresa.

Ocupou depois o primeiro andar de um prédio na Rua da Constituição n°28, no Centro da cidade. Mudando-se daí em Abril de 1941, em função do fechamento de sua sede pelas autoridades policiais. Vivia-se, então, um contexto difícil de controle, vigilância e repressão às atividades dos espíritas na cidade do Rio de Janeiro, advindas de uma série de Portarias policiais, além de processos a alguns médiuns, enquadrados nos artigos que dispunham sobre o exercício ilegal da medicina, o charlatanismo e o curandeirismo.

Mudaram-se, então, para um imóvel na Travessa do Comércio n° 11, primeiro andar, na Praça XV de Novembro, ocasião em que organizam campanha para a compra da sede definitiva.

A instituição inaugura sua sede em 24 de Junho de 1953, na então Rua Lopes Trovão n° 96, Benfica, atualmente n° 322 fundos, onde encontra-se até hoje.

Para maiores informações sobre a história de espíritas na cidade do Rio de Janeiro recomendamos, além do livro da historiadora mencionada acima, os seguintes trabalhos:

GIUMBELLI, Emerson. O Cuidado dos mortos: Uma história da condenação e legitimação do Espiritismo. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional. 1997.

OLIVEIRA, Marco Aurélio Gomes de. “Livres”, porém perseguidos: O cotidiano das relações entre espíritas e a Polícia na cidade do Rio de Janeiro (1930-1950). 2010, 126f, Monografia, Rio de Janeiro, UFF, 2010. Disponível em: http://www.febnet.org.br/ba/file/Pesquisa/LIVRES,%20POREM%20PERSEGUIDOS_O%20COTIDIANO%20DAS%20RELACOES.pdf

OLIVEIRA, Marco Aurélio Gomes de. Imprensa espírita na cidade do Rio de Janeiro: propaganda doutrina e jornalismo – (1880-1950). Niterói, 2014. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal Fluminense. Disponível em: http://www.historia.uff.br/stricto/td/1788.pdf Foi publicada, em livro, pela Editora Autografia.

Páginas do Livro de Registro dos Médiuns do Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor, conforme exigência formulada pela Portaria Policial 8.363, de 22 de Setembro de 1942.

Clique na imagem para ampliar.

Jornal O Globo, 12/08/1943, Artigo de Alcides Gentil.

Clique na imagem para ampliar.

Parte do texto da Portaria 10.194, de 10 de Outubro de 1943.

Clique na imagem para ampliar.

Carta de Agregação do Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor à Liga Espírita do Brasil, entidade federativa que, até 1949, propunha-se organizar os espíritas do Brasil em atividade semelhante à da Federação Espírita Brasileira.

Na ocasião, o Grupo de Caridade Deus, Luz e Amor ainda funcionava na Rua Francisco Muratori, na Lapa.

A Carta foi assinada por Aurino Barboza Souto, presidente da Liga Espírita do Brasil que participou da aproximação com a Federação Espírita Brasileira que culminou com o chamado Pacto Áureo em 1949.